Quando se toca neste assunto, as mães que trabalham fora costumam se magoar, mas essa não é nem nunca será a intenção do post, ok? Trabalhar fora não é sinônimo de terceirizar o filho, assim como largar tudo pra cuidar do filho 24h não é sinônimo de dedicação total e cuidado.
Mas então, o que é a tal terceirização?
Não é deixar a criança aos cuidados de uma babá (ou dos avós, ou da creche, ou da escolinha), é deixar a criança sob total responsabilidade de outras pessoas, mesmo quando os pais estão em casa.
Três exemplos que vi recentemente:
1) Uma blogueira, após ser duramente criticada por deixar o bebê de dois meses em casa para ir a um casamento, se justificou com a seguinte frase: "Sei que sou boa mãe. Estou sempre ao lado da babá enquanto ela troca a fralda, dá banho, dá a mamadeira ou veste a bebê".
2) Uma grande executiva, que trabalha cerca de 15 horas por dia, quando consegue sair do escritório mais cedo, liga para a babá e pede pra ela avisar quando a criança estiver dormindo. Enquanto isso não acontece, ela fica dirigindo pela cidade ou vai para o happy hour com os amigos. Só vai pra casa quando o filho dorme (e sai bem antes dele acordar).
3) A mãe trabalha em um restaurante - das 16h às 24h. Chega em casa por volta das 2h da manhã. Dorme até 12h, dá o almoço para a filha, que vai para a escolinha e só volta a ver a mãe às 12h do dia seguinte. A criança fica com a avó.
Esse tipo de atitude me choca e sempre me faz pensar: mas então, por que essa pessoa teve um filho? Pra provar que consegue? Pra mostrar que é alguém "normal"?
Porque vejam bem:
1) Alguém é realmente capaz de se sentir bem como mãe mesmo sem praticamente tocar na criança?
2) A criança é alguém tão estranho pra ela que a mãe tem medo da convivência.
3) Precisa mesmo acordar tão tarde? Deitou às 2h? Acorde às 9h (daria muito mais tempo de sono do que milhares de pessoas têm hoje em dia), brinque muuuuito com sua filha, dê o almoço pra ela e vá trabalhar.
Ter filhos PRECISA significar cuidar, zelar, se preocupar, querer estar perto, AMAR ESTAR PERTO.
Andei pesquisando o que essa terceirização pode causar e fiquei ainda mais preocupada com o futuro dessas crianças:
Quebra de vínculos: o vínculo, principalmente no primeiro ano de vida do bebê, é fundamental e é maior com a pessoa que cuida, que fica junto. Portanto, se o bebê passa 90% do tempo com algum outro cuidador, o vínculo será maior com ele.
Falta de limites: crianças terceirizadas, na grande maioria das vezes, não têm limites. Isso porque os pais chegam em casa tarde da noite e não querem brigar com os filhos, então eles acabam cedendo a tudo o que os filhos exigem.
Prioridade invertida: o que é realmente prioridade na vida dos pais? A presença do pai ou da mãe é fundamental nos momentos de troca de fralda, quando a criança está adoecida, quando está num momento de birra… Não apenas quando está sorrindo e brincando.
A não valorização do outro: diversos casos de delinquência juvenil, quando observados de perto, mostram crianças que foram totalmente solitárias, criadas sem vínculos razoáveis e, por viverem sob um abandono dilacerante, não aprenderam a valorizar “o outro” e não pensam que as pessoas devam ser respeitadas.
Problemas com figuras de autoridade: crianças verdadeiramente terceirizadas, ou seja, as que possuem vínculos enfraquecidos com seus pais, provavelmente terão uma relação complicada com figuras de autoridade.
Baixa autoestima: é muito importante que os pais estejam presentes nos eventos escolares, nas entrevistas com os professores, nos jogos de futebol do colégio e qualquer outro compromisso em que elas solicitem sua presença. A “falta” dos pais nessas ocasiões, mexe muito mais com os filhos do que você imagina. Principalmente, no momento de ir aos consultórios médicos (hoje em dia muitos pais delegam essa “função” para as babás e avós).
Problemas comportamentais: por exemplo, uma criança que vive em um lar com pais totalmente ausentes, tem mais chances de desenvolver uma atitude negligente com um ar de superioridade arrogante para esconder o fato de que ela realmente os quer em sua vida.
Sensação de falta de afeto: crianças precisam se sentir amadas, precisam saber que são prioridade!
Pra concluir, assistam a esse vídeo....ele é muito importante e esclarecedor...
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