Recebi muitos emails e mensagens bacanas sobre o post de terça-feira, que falava da nossa decisão pelo filho único. Por isso, achei super importante compartilhar com vocês esse texto que li nessa semana.
Para as mamães e papais que decidiram pelo filho único, como nós:
Para as mamães e papais que decidiram pelo filho único, como nós:
Filho único…
Quais são os mitos que circulam na nossa cultura
sobre filho único e o que acontece, de verdade, se eu escolher ter um
filho único? E se eu não quiser ter mais filhos? E se eu não me sentir
preparado para ter mais filhos?
O filho único é visto na nossa cultura
como sendo mais mimado e superprotegido, mas isso pode acontecer com
qualquer filho, não somente com filhos únicos. A questão é que os irmãos
ofertam para nossas vidas quatro habilidades: competir, colaborar,
negociar e dividir. Um filho único não vai ter essas experiências com
irmãos dentro de casa, portanto vai diminuir a forma visceral, contínua e
interminável com que ele teria a oportunidade de conviver com outros
pares para aprender essas quatro habilidades.
Então, o chamado para um
filho único é a socialização. O pai e a mãe de um filho único precisam
se dedicar para que o filho construa uma rede de amigos com idades que
ele possa se sentir íntimo dessas crianças e pertencente ao grupo.
Não
precisa ser um pertencimento fácil, pode ser um pertencimento com
algumas angústias: o outro que não empresta o brinquedo, que quer mandar
na brincadeira, que não quer brincar comigo, quero dividir isso com o
outro e ele não quer… esses pequenos conflitos de crianças quando
acontecem dentro de casa, os pais não têm como sempre proteger…
O pai e a
mãe de filho único precisam ficar atentos para esses momentos em que a
criança pode ficar exposta a situações mais desagradáveis onde nosso
olhar quer sempre proteger… precisam tomar cuidado para não coibi-la de
participar disso, não impedi-las de viver essas coisas que são parte do
processo de amadurecimento relacional dela….é nessas questões que as
crianças vão aprender a se frustrar.
Uma das maiores habilidades da vida
adulta é a tolerância à frustração… Nós precisamos dar aos nossos
filhos o direito de aprender isso. O que a nossa cultura chama de mimo,
nós chamamos de intolerância a frustração. Esse é o processo de
aprendizagem de uma criança, ela ir entendendo que os desejos dela são
limitados diante de determinados contextos e que ela vai precisar
aprender a competir, negociar, dividir e colaborar.
Ter um filho único é
uma alternativa sim, é um direito que você tem de constituir sua
família. Só precisa tomar cuidados para ele ter uma socialização
adequada, que forneça a oportunidade para ele ir aprendendo sobre as
frustrações da vida e os grupos são um grande lugar para isso acontecer.
Alexandre Coimbra Amaral
Para assistir ao vídeo (muuito bom!), acesse o link do Instituto Aripe
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