terça-feira, 15 de setembro de 2015

Tristes mulheres poderosas

Depois que vi a matéria de sexta-feira no JH sobre o perfil da mulher brasileira, fiquei tão chocada com o resultado que fiz alguns Snaps sobre o tema. Depois disso, muitas seguidoras me pediram um texto sobre isso aqui no blog (já que os posts do Snap duram apenas 24 horas):

De acordo com a pesquisa, a maioria das mulheres entre 25 e 35 anos querem uma existência extraordinária e, para ter essa existência extraordinária, estão dispostas a adiar a felicidade.

Gente!! Fiquei muuuuito chocada e triste com esse resultado! Querer uma existência extraordinária não é nada de errado, mas como assim? Adiar a felicidade? Como é possível viver uma vida extraordinária infeliz? Viver extraordinariamente - pra mim - é ser feliz!

No caso da pesquisa, essa vida extraordinária significa muitas conquistas profissionais, viagens, cursos, promoções, cargos de chefia, etc....nenhum problema com isso, mas eu sempre achei que as pessoas buscam isso tudo porque é o que faz elas serem felizes.....me chocou saber que estava enganada.

Porque, pensem comigo: a geração atual - todo mundo sabe - é extremamente capitalista, corre o dia todo atrás de dinheiro, conquistas, posição social. Todos trabalham sem parar, perdendo tempo precioso com a família, prejudicando a própria saúde e, em casos mais extremos, até mesmo perdendo a sanidade.

Mas se alcançar esse tal patamar extraordinário não é a felicidade dessas pessoas, então, pra que e por que correr atrás disso? Qual o propósito? Qual a razão de ficar doente por conta do stress, de se afastar da família, de nem sequer conseguir formar uma família porque a carreira vem em primeiro lugar, se é pra ser infeliz (e reconhecer isso). Sinceramente, não entendo!

Tinha absoluta certeza de que essa ambição toda, essa correria desenfreada, era o motivo da felicidade e o sonho dessas pessoas.

Mas se não é, então por que isso tudo? Só pra dizer que pode? Só pra mostrar para os outros? Só pra poder consumir o que quiser sem pensar no dia de amanhã?

E o prêmio de tudo é o que (já que não é a felicidade)? Acabar a vida sozinha, chorando ao pensar na vida que podiam ter tido?

Quem assistiu à matéria vai se lembrar da moça que foi a personagem principal da entrevista afirmando que é muito feliz com a vida que escolheu, mesmo que a ambição pelo trabalho tenha acabado com o seu casamento (o marido ficava sozinho a maior parte do tempo por causa das constantes viagens da esposa). E daí, com os olhos cheios de lágrimas, veio ela com o texto-padrão:

- Mas estou feliz. Viajo pra onde eu quero, compro o que eu quero, tenho uma posição de destaque na empresa, vim de uma família pobre e posso dizer que venci na vida".

Será que venceu mesmo? Será?!

Por que essa dificuldade em aceitar que dá pra ter as duas coisas? Que dá pra ser uma profissional feliz e ter uma família? Claro que, em muitos casos, focar também na vida pessoal vai sim frear o crescimento profissional, mas se estar hiper bem sucedida na carreira não é ser feliz, essas mulheres deveriam ser felizes alcançando a posição que for possível pra elas e tendo a família que irá completar essa felicidade.

A não ser que ser uma profissional de altíssimo padrão faça delas as mulheres mais felizes e realizadas do mundo, não vejo razão pra buscar essa posição.

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